Nosso corpo e, principalmente a arquitetura do nosso esqueleto, é fantástica. Você sabia que o Gustavo Eiffel – aquele mesmo Eiffel da torre de Paris – estudou a arquitetura do fêmur e da bacia para elaborar um edifício que hoje tem mais de 100 anos e recebe anualmente seis milhões de visitantes?
Nossa coluna vertebral é uma mecânica extraordinária e deixa qualquer engenheiro espantado, tamanha a sua complexidade e engenhosidade. O plano mais profundo da coluna contém 258 feixes musculares individualizados. Sem falar dos outros músculos de nossa coluna!
Isso quer dizer que cada movimento de flexão para frente, ou extensão para trás, exige uma coerência de trabalho entre centenas de músculos. Isso parece simples, mas…Não é!
As articulações entre as peças da coluna vertebral, os discos intervertebrais, têm um papel extraordinário para desenvolver. A cada movimento, as articulações entre as vértebras chamadas de discos intervertebrais, recebem um peso para ser distribuído corretamente, evitando o sofrimento.
Quando se carrega um peso, os discos intervertebrais agem como amortecedores hidráulicos. Mas para que os discos não mudem de formato e para evitar que sejam amassados definitivamente, a natureza concebeu um sistema mirabolante.
Mas em decorrência da complexidade da vida moderna, gerando diariamente muitas tensões musculares, muitas vezes esse sistema não consegue dar conta do recado. E aos poucos fazemos parte da porcentagem elevada de pessoas que terá dores nas costas no decorrer da vida. Segundo as estatísticas, 90% da população americana sofrerá com esse mal.
Como prevenir?
Já que acabamos de conhecer o mecanismo de ‘amortecedores’ dos discos intervertebrais, podemos fazer alongamentos e estiramentos.
Ter a consciência desse mecanismo, e tentar amenizar as contraturas e tensões que se instalam ao longo do dia, já é uma prevenção fantástica contra as dores nas costas.
Existe mais uma técnica que o yoga recomenda: a postura final ou Shavásana.
Nós não percebemos mais a atuação da força da gravidade sobre nosso esqueleto. Enquanto estamos sentados ou em pé: nosso esqueleto é submetido a essa força.
Se nos deitarmos no chão, sobre as costas (em decúbito dorsal) e entregarmos nosso peso à força da gravidade, deixando nosso corpo todo ser “impregnado” por essa força poderosa, daremos uma chance para o núcleo de o disco intervertebral voltar ao centro. Essa”Impregnação” permite a descompressão dos discos e a facilitação da circulação sanguínea, linfática, nervosa e prânica.
Para resumir, deixamos a inteligência do corpo ‘responder’ e adaptá-lo à postura. Quando terminamos uma postura de yoga, é isso mesmo que pedimos para o corpo: o ‘depois’ da postura é tão importante quanto o ‘durante’, enquanto o corpo está imóvel. Nesse momento, nossa postura é simplesmente a ‘postura deitada’. É só sentir a sensação de ”espichar” a coluna e pescoço.
Existe mais um meio muito simples para permitir que o núcleo volte no lugar certo num tempo mínimo: ainda em decúbito dorsal, vamos afastar os calcanhares o mais longe possível das pernas, os dedos dos pés voltados em direção as pernas, alongando os tendões de Aquiles. Ao mesmo tempo projetando o topo da cabeça para longe do pescoço para alongar a coluna: a coluna vertebral se alinha. Ficaremos assim 20 a 30 segundos, pensando na força da gravidade se aplicando à nossa coluna e querendo que essa força atravesse nosso corpo todo. Em tese é o seguinte: é só sentir a sensação de ”espichar” a coluna e pescoço.
Depois desse tempo, paramos com esse estiramento máximo da coluna e continuamos entregando o corpo todo a força da gravidade. Vamos imediatamente sentir um grande bem-estar e uma leveza maravilhosa decorrente da descompressão dos discos.
Essa técnica leva alguns segundos. Ela é importante para a saúde da sua coluna e para a prevenção da maioria dos males e dores comuns.
Desejo que essa prática faça parte da sua vida, e que sua coluna o leve através da vida com conforto e bem-estar…
Namastê
Texto de Nicole Witek.